Carnaval 2025: Homenagens a bicheiros retornam com força nos desfiles

Anísio Abraão David foi exaltado no ensaio técnico da Beija-Flor com telão e citação em samba.

Anísio no telão, o boneco Castor com o puxador da Mocidade, e Capitão Guimarães

No desfile que tem como enredo Laíla, morto em 2021, um telão com imagens de diferentes momentos de Anísio Abraão David chamou atenção no ensaio técnico da Beija-Flor, no último fim de semana. Um caminhão cruzou a Avenida carregando o telão que exibia uma espécie de retrospectiva do bicheiro e presidente de honra da escola de Nilópolis, hoje com 87 anos.

A reverência a Anísio, pai de Gabriel David, atual presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), exemplifica o que parece ser uma tendência do carnaval carioca em 2025. O culto aos bicheiros voltou ainda com mais força. Ao contrário de outros anos, mais recentes, em que suas imagens praticamente desapareceram dos desfiles.

Um telão com imagens de Anísio Abraão David no ensaio técnico da Beija-Flo

Um telão com imagens de Anísio Abraão David no ensaio técnico da Beija-Flor

Capitão é citado em samba-enredo

A homenagem a Capitão Guimarães vai além na Vila Isabel, que tem seu filho, Luiz Guimarães, como atual presidente. O famoso bicheiro, de 83 anos, é citado na letra do samba-enredo "Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece": "Embarque nesse trem da ilusão, não tenha medo de se entregar, pois nosso maquinista é capitão, e comanda a legião que vem lá do Boulevard".

O rosto de Capitão Guimarães também aparece estampado, ao lado da imagem de Castor de Andrade, nas camisetas pretas usadas por seguranças que acompanhavam o presidente da escola Luiz Guimarães em um dos ensaios de rua da Vila Isabel, na Avenida 28 de Setembro, na Zona Norte do Rio.

Seguranças no ensaio de rua da Vila Isabel com a imagem do Capitão e Castor estampadas nas camisas

Já Castor de Andrade segue sendo lembrado e reverenciado na Mocidade Independente de Padre Miguel de forma mais, digamos, lúdica. O bicheiro, que morreu em 1997, vem sendo representado pelo boneco Castorzinho, que virou mascote oficial da escola e tem até perfil no Instagram.

O boneco do roedor tem batido ponto também nos ensaios da Mocidade, desfilando ao lado da rainha de bateria Fabíola Andrade, mulher de Rogério Andrade, sobrinho de Castor.

O mascote Castorzinho com a rainha de bateria Fabiola de Andrade

O mascote Castorzinho com o puxador Zé Paulo Sierra

Capitão é citado em samba-enredo da Vila Isabel

O castor na imagem do perfil oficial da Mocidade no Instagram